Editorial Jornal O Globo - 19 de março de 2023
As plataformas digitais são coniventes com a campanha contra a imprensa orquestrada por grupos de extrema direita nas redes sociais e deveriam ser responsabilizadas por isso. Financiados por políticos de pequena expressão e veiculadores de desinformação, esses grupos contam com um ecossistema estruturado, revela a pesquisa “Ataques à imprensa”, do laboratório dedicado a estudos de internet e redes sociais NetLab, da Escola de Comunicação da UFRJ.
Entre 1º de janeiro de 2021 e 7 de setembro de 2022, o YouTube apresentou 6.900 vídeos com termos relacionados a ataques à imprensa. No total, foram vistos 532 milhões de vezes, receberam 102,5 milhões de curtidas e 8 milhões de comentários. No mesmo período, foram registrados 5,7 milhões de publicações do tipo no Twitter. Os principais disseminadores foram influenciadores e políticos de extrema direita. Eles contaram também com a ação em larga escala de contas automáticas (robôs) para propagar as mensagens.
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