Uol - 14 de abril de 2024
Influenciadores brasileiros ligados ao movimento masculinista furaram a bolha da internet e conquistaram milhares de seguidores nas redes sociais — entre eles, inúmeras mulheres.
É crescente a presença feminina entre grupos que advogam em favor do que a machosfera no Brasil chama de "direitos dos homens". Elas questionam o feminismo e a eficácia de aparatos do Estado criados para assegurar seus direitos e proteção contra violência, como a Lei Maria da Penha.
Esse grupo de mulheres serve de porta-voz do movimento "red pill", que significa "acordar" e reconhecer que o "mundo real" estaria beneficiando mulheres na sociedade.
Nesse ecossistema, não é raro os comentários mais ácidos sobre as mulheres serem feitos pelas próprias mulheres — nem vê-las nos tribunais defendendo homens.
Em outubro de 2023, um estudo feito pelo NetLab da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), apontou que o caso de Marcius Melhem, ex-diretor da TV Globo acusado de assédio sexual, foi efetivo em engajar a comunidade masculinista da internet.
A pesquisa analisou 77,9 mil publicações, em diferentes plataformas, e mostrou que uma das táticas mais fortes desse ecossistema é questionar a palavra das vítimas mulheres em casos semelhantes.
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