
Infodemia e desinformação: revisão sistemática de literatura sobre estratégias de comunicação e informação em saúde em situações de pandemia
A pesquisa analisou a disseminação de informação e desinformação durante crises de saúde, como pandemias, com o objetivo de compreender quem as produz, compartilha e consome, além de suas consequências para a saúde pública.
Após analisar mais de 3,5 mil artigos científicos sobre o tema, os resultados encontrados pelo NetLab UFRJ destacam que, especialmente na pandemia de COVID-19, a desinformação se propagou amplamente nas redes sociais, impulsionada por figuras públicas influentes.
Embora médicos e cientistas sejam vistos como fontes confiáveis, muitas pessoas recorrem a informações mais acessíveis, como as compartilhadas por amigos e redes sociais.
O estudo também revelou que o excesso de informações, incluindo notícias falsas, pode gerar ansiedade e medo, enquanto a desconfiança nas autoridades favorece a crença em teorias da conspiração.
O trabalho foi realizado para o Ministério da Saúde por pesquisadores da UFRJ e da UFF sob coordenação da Professora Rose Marie Santini, diretora do NetLab UFRJ, e com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Repercussão
Jornal O Globo
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) identificou o uso da estratégia em ao menos 57 publicações feitas por 38 sites, a maioria bolsonarista, ao longo da pandemia. O GLOBO apurou que parte desses textos foi divulgada, inclusive, por parlamentares da base do governo.
Conexão UFRJ
Embora no Brasil as pesquisas realizadas por empresas especializadas – como o Datafolha – mostrem que mais de 90% da população pretende se vacinar, as fake news vêm gerando desconfiança no público acerca dos imunizantes e outras diretrizes básicas de saúde na pandemia. Segundo Rose Marie Santini, professora da Escola de Comunicação (ECO) e pesquisadora do NetLab, existe uma circulação intensa de informações falsas, incorretas ou enganosas, simulando produção ou divulgação científica sobre transmissão, tratamento e prevenção da Covid-19, em particular terapias comprovadamente ineficazes.
Seminário do Ministério da Saúde
O Seminário Marco Zero, promovido pelos Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovações, em parceria com o CNPq, convidou membros de todos os projetos contemplados por um edital especial dedicado a pesquisas que possam contribuir na gestão pública sobre a pandemia do novo coronavírus. A parceria entre os ministérios, concretizada durante a gestão do ex-Ministro da Saúde, Luiz Mandetta, selecionou pesquisas que estão sendo desenvolvidas em diversas áreas do conhecimento. Entre os projetos está a pesquisa do NetLab UFRJ.