Pesquisa sobre desinformação socioambiental foi tema da apresentação na reabertura dos Colóquios CBPF de 2023 | Foto: Reprodução - NCS / CBPF
O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) realizou, no dia 08 de agosto, a reabertura do evento Colóquios CBPF para o segundo semestre de 2023, no Auditório Ministro João Alberto, na sede da instituição.
Com o título “Fake News, Fake Science, Negacionismo: O Custo da Desinformação Para a Sociedade Brasileira”, a edição recebeu a diretora do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab UFRJ), professora Marie Santini, que pesquisa o tema há mais de 10 anos.
O evento foi aberto ao público e transmitido ao vivo pelo YouTube, contando com a presença de pesquisadores do CBPF, além de especialistas e profissionais de outras áreas do conhecimento.
Sobre o tema
Esforços de síntese de evidências vêm apontando para o avanço das formas organizadas de desinformação e negação do conhecimento científico sobre a mudança climática global. Em vários países do mundo, há um forte debate sobre a difusão dessas narrativas na internet e seus impactos políticos, sociais e econômicos.
Com foco no fenômeno da desinformação no Brasil, especialmente na área socioambiental, esse colóquio sintetiza a experiência e o conhecimento acumulado pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Netlab UFRJ), em pesquisas sobre as implicações sociais da propaganda, desinformação e automação em diferentes tópicos relacionados à chamada “Infodemia Socioambiental”.
Foi apresentada uma análise longitudinal do debate socioambiental no ecossistema brasileiro de mídia digital entre janeiro de 2021 e novembro de 2022 com a sistematização de narrativas, padrões de conteúdo, estratégias de disseminação e instrumentalização das plataformas para propagar desinformação.
A partir dos resultados empíricos da pesquisa, discutiu-se a estruturação e modos de operação do ecossistema de desinformação socioambiental no Brasil, e sua capacidade de mobilizar a grande mídia, portais da mídia local e fontes de junk news para escoamento de narrativas a favor do agronegócio, além de uma atuação multiplataforma coordenada entre influenciadores, políticos e financiadores.