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Desinformação é arma política em meio à tragédia climática

Folha de S. Paulo - 05 de junho de 2024



A tragédia no RS se tornou palco de uma guerra cultural e um ensaio do que está por vir, nas eleições e em outras crises, catástrofes e pandemias. A batalha frenética de versões e mentiras nas redes sociais mostra um cenário em que extremistas estão altamente mobilizados para confundir e manipular a opinião pública.


No contrapelo da ciência, a desinformação tem circulado de várias formas, desde teorias da conspiração até negação dos fatos científicos. Entre as falsas narrativas mais repercutidas, destacam-se: a negação das mudanças climáticas; teorias da conspiração sobre manipulação do clima; versões messiânicas de uma justiça divina no RS; ataque ao Estado; ataque a políticos e à ação do governo federal; e, não surpreendentemente, ataque também aos militares. A "narrativa" geral da extrema direita é de que só "civil salva civil", com o apoio de "empresários solidários", enquanto todos os demais agentes públicos, incluindo as Forças Armadas, são incompetentes, corruptos e querem o mal do povo.


E não se trata apenas da voz de vítimas em desespero, mas sim de uma ação claramente orquestrada, como demonstra pesquisa do NetLab da UFRJ. Na rede de disseminação de mentiras, a participação de influenciadores e políticos extremistas (de partidos como PL e União Brasil) configura o chamado "eixo da desinformação". O laboratório de pesquisa em internet e redes sociais da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab UFRJ) lançou um relatório sobre essas práticas na tragédia do RS.


Além das redes de desinformação, mapeou as campanhas de arrecadação fraudulentas, muitas delas associadas a influenciadores que compartilham perfis menores, também disseminadores de informações falsas, com pedidos de recursos sem qualquer transparência. Foi mapeada ainda a rede de influência e o papel obscuro do Instituto Cultural Floresta (que não é uma ONG ambientalista ou cultural, mas de segurança), ligado ao MBL e a empresários e políticos da extrema direita gaúcha.



Acesse o relatório





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