Uol - 18 de maio de 2024
Desde que o Rio Grande do Sul foi atingido por uma tragédia climática que já deixou mais de 150 mortos e 500 mil desalojados, uma série de publicações desinformativas proliferaram nas redes sociais. Um balaço das principais agências de checagens identificou mais de cem casos de desinformações nas redes sociais nas últimas duas semanas.
Os governos federal e do Rio Grande do Sul são dois dos principais alvos das desinformações. Publicações afirmam que eles estariam criando empecilhos para a ajuda humanitária às vítimas. Por trás disso, há uma narrativa de que a burocracia estatal atrapalha.
Essas narrativas desinformativas têm sido impulsionadas por influenciadores ligados à extrema direita. É o que indica o relatório produzido pelo Netlab (Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais) da UFRJ.
Extrema direita quer impedir que governo ganhe visibilidade na tragédia. Para a coordenadora do Netlab, Marie Santini, as publicações que desinformam sobre a atuação dos entes federativos, sobretudo do governo federal, têm como objetivo impedir que o governo capitalize a exposição das ações de socorro ao estado gaúcho.
"O governo tem esse papel de coordenação. E é óbvio que, seja o governo que for, ele pode capitalizar em cima disso: ganha visibilidade, mostra as suas ações em todos os meios de comunicação. (...) Então, normalmente, os líderes quando lidam bem, eles saem mais fortes, com uma aprovação maior, que é o que a gente está vendo nas pesquisas. E a extrema direita entrou para impedir que isso aconteça." disse, Santini.