Jornal Nacional - 13 de agosto de 2024
A Secretaria Nacional do Consumidor deu prazo de quatro meses para que as empresas de tecnologia se adaptem a novas regras para os anúncios que elas veiculam no Brasil. Em diversos países, o uso de redes sociais em ações criminosas aumentou a discussão sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais.
O lado obscuro das redes sociais está cada vez mais na mira da Justiça no mundo todo. Promotores americanos do estado da Virgínia, por exemplo, investigaram a Meta, dona do Facebook e do Instagram, meses atrás, por facilitar a venda ilegal de drogas na internet. Eles identificaram nas redes sociais anúncios de produtos ilícitos que driblam a inteligência artificial da empresa, responsável por identificar e bloquear conteúdos impróprios. Um porta-voz da Meta afirmou que a empresa trabalha com as autoridades para combater esse tipo de atividade e que quadruplicou o tamanho das equipes que trabalham com segurança desde 2016.
“Esse ambiente das plataformas digitais ficou muito atraente para o crime organizado, porque você consegue, de alguma forma, cometer um crime dentro da plataforma, escolher a vítima ideal, que vai ser mais vulnerável. E você consegue estar protegido pela plataforma, porque você fica protegido pelo anonimato. Essas plataformas não deixam explícito e nem é público quem anunciou e não verificam quem são essas pessoas ou organizações. Então, vira um ambiente muito propício e até muito seguro para todo tipo de crime na internet”, afirma Marie Santini, professora e diretora do NetLab/UFRJ.