É preciso regulamentar as plataformas?
- Bernardo Laranja
- 29 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2024
Conexão UFRJ - 29 de junho de 2023

Os brasileiros são os terceiros maiores usuários de redes sociais no mundo, estando atrás apenas dos indianos e dos indonésios. Segundo uma pesquisa da Comscore, empresa de análise de dados de comportamento na internet, passamos 356 bilhões de minutos nas redes do início de 2020 até o final de 2021. Não é à toa que o território brasileiro desperta o interesse das grandes plataformas digitais, como o Google e a Meta. Ao contrário de outros países, o Brasil não tem uma regulamentação específica para a atuação destas empresas no ambiente digital. Esse cenário, no entanto, pode gerar obstáculos à segurança e à privacidade dos usuários e até mesmo à estabilidade democrática, de acordo com estudos da UFRJ.
O Laboratório de Internet e Mídias Sociais (Netlab) da UFRJ, em parceria com a organização internacional Global Witness, realizou uma série de estudos voltada para o monitoramento de anúncios na internet e a forma como estão sendo vinculados. Durante mais de um ano de pesquisas, a equipe concluiu que a falta de transparência e fiscalização adequada nestes impulsionamentos leva à divulgação em massa de anúncios golpistas e falsos no meio digital, principalmente no grupo Meta, o foco de pesquisa dos grupos.
Segundo Carlos Eduardo Barros, coordenador de projetos e pesquisador assistente do Laboratório, a questão central está na mediação dos conteúdos, que é realizada pelos próprios algoritmos. Apesar de existir uma curadoria efetuada por especialistas, ele explica que, além de o volume de anúncios ser muito extenso, o que dificulta a filtragem, podem existir interesses financeiros não identificados, já que as plataformas recebem uma remuneração dos anunciantes.