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Anúncios na Meta afetam saúde das mulheres e incentivam homens a serem misóginos

Portal Catarinas - 04 de abril de 2024



Anúncios promovidos nas redes sociais da Meta estão afetando de forma negativa a vida das brasileiras. É o que aponta a primeira etapa do estudo “Observatório da indústria da desinformação e violência de gênero nas plataformas digitais”, que identificou 1.565 anúncios impulsionados, ou seja, pagos, considerados tóxicos, isto é, com indícios de comportamentos misóginos, golpes ou fraudes direcionadas ao público feminino. Além disso, o estudo contabilizou 550 páginas e perfis responsáveis por publicar os anúncios categorizados como tóxicos.


O estudo é conduzido pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem o apoio e o financiamento do Ministério das Mulheres, no âmbito da iniciativa Brasil Sem Misoginia.


Durante um período de 28 dias, entre janeiro e fevereiro deste ano, a coleta de dados ocorreu nas plataformas Facebook, Instagram, Messenger e Audience Network, responsável pela distribuição de anúncios. Utilizando a Biblioteca de Anúncios da Meta como referência, o estudo selecionou posts impulsionados que mencionavam mulheres ou as apresentavam como interlocutoras, coletando apenas aqueles considerados problemáticos ou suspeitos de irregularidades.


Ativos por diferentes períodos entre 1 de janeiro e 9 de fevereiro de 2024, alguns desses anúncios já circulavam há algum tempo quando foram coletados. 

Entre os resultados, a pesquisa identificou que o corpo da mulher é alvo de 80% dos anúncios tóxicos, sendo que 51% tratam de estética e beleza, 38% especificamente sobre emagrecimento e 98% promovem risco à saúde pública ou individual. O público-alvo desse tipo de conteúdo são mulheres entre 55 e 64 anos. Por outro lado, quando se trata de impulsionar temas misóginos, o público-alvo são homens acima de 45 anos.


Conversamos com Luciane Leopoldo Belin, pesquisadora associada do NetLab/UFRJ e uma das autoras da pesquisa. Ela é jornalista, doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisa comunicação política em redes digitais, desinformação, gênero e direitos reprodutivos. A entrevistada alerta para a disseminação desse tipo e seu impacto na vida das mulheres. 


Confira a entrevista e leia a matéria







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