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Atos golpistas: como funciona a psicologia da extrema direita brasileira

Valor Econômico - 27 de janeiro de 2023



A realidade paralela ganha outros contornos com a ajuda de pesquisadores e teóricos da comunicação, campo onde se revelam as evidências de que engajamento tem a ver com dinheiro. Muito dinheiro. E a política já provou ser um instrumento eficaz para engajar - ao gerar polêmica, alimentar antagonismos, impulsionar compartilhamento e, do outro lado do balcão, multiplicar os anunciantes, tornando as plataformas digitais cada vez mais ricas e poderosas.


“Como tudo isso tem a ver com faturamento, viveremos daqui para frente em estado de campanha”, anuncia Rose Marie Santini, professora da Escola de Comunicações da UFRJ e diretora do NetLab, núcleo de estudos e pesquisas sobre internet da universidade. Não será exagero prever: todos sentiremos os efeitos da tensão pré-eleitoral permanente em nossas vidas.


“Estudo internet há 20 anos. Comecei pesquisando pirataria e hoje me vejo às voltas com o ativismo das redes. Definitivamente, a política entrou nas plataformas, comandada por algoritmos que são unidades de inteligência artificial com alto poder de influência sobre os comportamentos humanos”, afirma Santini.


“Evidentemente os conteúdos polêmicos engajam mais, daí por que o discurso do ódio ganhou tanto terreno. Engajamento é o que as plataformas querem mostrar ao mercado publicitário para atrair anúncios e faturar. Por trás dessa lógica, existem modelos de negócios muito bem estruturados e implantados, e não só no Brasil.”




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