Desinformante - 6 de fevereiro de 2023
Um estudo conduzido pelo NetLab, o Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da UFRJ, mostrou que, mesmo após os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, o grupo Meta segue permitindo a veiculação de anúncios golpistas. De novembro de 2022 a janeiro de 2023 foram pelo menos 185 conteúdos com contestação das eleições e ataques a instituições impulsionados no Facebook e no Instagram com o consentimento da empresa.
A anuência da Meta a publicações golpistas já havia sido demonstrada no relatório da Global Witness com anúncios-teste nas plataformas. Já a pesquisa do Netlab encontrou anúncios reais que levantam dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral e as urnas eletrônicas, clamam por intervenção militar, convocam, incentivam ou defendem manifestantes para os atos em frente aos quartéis do Exército ou quaisquer outros protestos que tivessem como fim a alteração ou questionamento do resultado das eleições.
“Os esforços declarados da Meta para a remoção de conteúdo antidemocrático e de ataque às instituições e ao processo eleitoral brasileiro foram insuficientes no período pós-eleitoral”, conclui o relatório divulgado pelo laboratório de pesquisa. Os 185 anúncios encontrados alcançaram aproximadamente 2 milhões de impressões, ou seja, número de vezes em que apareceram nas telas das pessoas.