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Pesquisa da UFRJ revela como influenciadores lucram com discursos misóginos no YouTube

Jornal O Globo - 15 de dezembro de 2024



Relatório do NetLab-UFRJ para o Ministério das Mulheres mostra que vídeos alcançam bilhões de visualizações com discursos de aversão, desprezo e controle das mulheres


Uma pesquisa inédita do Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais, iniciativa do NetLab-UFRJ em parceria com o Ministério das Mulheres, expõe como influenciadores brasileiros transformam discursos de ódio contra mulheres em um negócio lucrativo no YouTube. O relatório, intitulado “Aprenda a evitar ‘este tipo’ de mulher: estratégias discursivas e monetização da misoginia no YouTube”, analisou 76.289 vídeos de 7.812 canais, que juntos somam mais de 4,1 bilhões de visualizações e 23 milhões de comentários.


A pesquisa identificou uma rede digital conhecida como "machosfera", composta por influenciadores e comunidades online que propagam ideais masculinistas e discursos misóginos. Esses conteúdos, frequentemente disfarçados de “desenvolvimento pessoal masculino”, promovem o desprezo, o ódio e a desumanização das mulheres. O estudo caracterizou esses discursos como estratégias para reafirmar uma suposta superioridade masculina e justificar o controle sobre as mulheres.


Entre os temas recorrentes, os vídeos abordam questões como aversão a feministas, mães solteiras e mulheres com mais de 30 anos, muitas vezes descritas como “parasitas emocionais” ou “oportunistas”. Esses conteúdos utilizam um vocabulário próprio, repleto de termos ofensivos e metáforas desumanizantes, que facilitam a formação de comunidades de apoio mútuo e a disseminação de valores retrógrados.





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