Projeto de lei contra monetização de misoginia digital é embasado por pesquisa do NetLab UFRJ
- Rafaela Campos da Silva
- há 3 dias
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Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
A PL da Proibição de Monetização de Conteúdos Misóginos, protocolada na Câmara dos Deputados pela deputada federal Erika Hilton, propõe mudanças no Marco Civil da Internet para impedir a monetização de conteúdos digitais misóginos, discriminatórios ou que promovam desinformação sobre questões de gênero. A iniciativa tem como principal fundamento estudos produzidos pelo NetLab da UFRJ, em parceria com o Ministério das Mulheres, que identificam a existência de um modelo de negócios estruturado em torno do discurso de ódio contra mulheres nas plataformas digitais.
De acordo com o Relatório do Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais, 80% dos canais misóginos analisados utilizam algum tipo de monetização, como publicidade, doações, assinaturas ou impulsionamento pago. Os dados mostram que a misoginia deixou de ser um comportamento marginal e passou a operar de forma profissionalizada, com estratégias de engajamento e linguagem direcionada, frequentemente impulsionadas pelos algoritmos.
A pesquisa “Aprenda a evitar ‘esse tipo’ de mulher”, também conduzida pelo NetLab em 2024, evidencia que esses conteúdos reforçam estereótipos de gênero e constroem campanhas organizadas de desinformação voltadas a atingir a integridade psíquica, moral e sexual das mulheres. Com base nessas evidências, o projeto da deputada busca desarticular o incentivo econômico que sustenta a violência digital, ao responsabilizar plataformas que não bloquearem a monetização ou a circulação desses conteúdos.


