Com um faturamento global de aproximadamente US$ 600 bilhões em 2023, o mercado de publicidade digital é uma fonte de receita essencial para plataformas digitais. No entanto, a desregulamentação total de anúncios digitais na maioria das partes do mundo teve um custo. Por exemplo, os ambientes opacos das plataformas digitais — onde os anúncios direcionam os usuários algoritmicamente de acordo com seus dados pessoais — permitiram o desenvolvimento de uma "indústria de influência" global, escalável e voltada para o lucro, com base na alavancagem do comportamento do usuário para obter lucro.
Além disso, evidências de que, apesar de um ecossistema online de anúncios suspeitos, inautênticos, golpes e outros tipos de anúncios fraudulentos em diferentes países, as propostas regulatórias enfrentaram forte oposição de grandes empresas de tecnologia e, embora algumas plataformas ofereçam medidas de transparência para publicidade digital, ainda há lacunas significativas entre os países.
O principal objetivo deste resumo de políticas é recomendar mecanismos de transparência, parâmetros e meios de acesso a dados de plataformas digitais, que são transferíveis entre contextos globais e locais. Nossas recomendações são baseadas em uma análise comparativa da documentação pública e dos termos de uso das principais plataformas, combinados com estudos de caso empíricos de quatro regiões diferentes do mundo: Brasil, EUA, Irlanda e Tailândia.
Nossa pesquisa descobre que implementar políticas de transparência em apenas alguns países pode causar um desequilíbrio nas oportunidades de crescimento entre as regiões e é ineficiente. Portanto, os anúncios precisam ser transparentes, auditáveis e respeitar as leis locais para garantir três tipos de liberdade: (i) livre concorrência de mercado, (ii) soberania nacional e (iii) liberdade de escolha para consumidores e cidadãos.
A transparência aprimorada das redes de publicidade é um imperativo essencial das estruturas regulatórias de plataforma em todo o mundo e depende da implementação de repositórios navegáveis e pesquisáveis para todos os anúncios que circulam em plataformas digitais.
Nossa principal recomendação para o G20 é, portanto, alavancar seu poder de obrigar a conformidade da plataforma ao disponibilizar esses repositórios na maior extensão possível. Isso não beneficiará apenas os consumidores, mas também os pesquisadores e os atores da sociedade civil, que coletivamente responsabilizam as plataformas de mídia social.
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