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Youtube limita publicidade no principal canal da Jovem Pan

Revista Piauí - 15 de setembro de 2022



Na tarde de 14 de setembro, quarta-feira, muitos dos 5 milhões de inscritos no canal Os Pingos nos Is, da emissora de rádio e TV Jovem Pan, não receberam o alerta de que o programa estava sendo exibido ao vivo pela plataforma, como acontecia diariamente às 18 horas, quando a transmissão tem início. Como resultado da falta de aviso, a audiência que acompanha o canal ao vivo caiu para 70 mil usuários simultâneos, ante os mais de 150 mil que costuma amealhar. A audiência total do programa também foi impactada pela falta de divulgação do canal na plataforma: até a tarde desta quinta-feira 15, totalizara 553 mil visualizações, o segundo pior resultado do ano – o pior foi em 18 de janeiro, com 550 mil visualizações, segundo levantamento da consultoria Novelo Data. Trata-se de um tombo expressivo, já que a audiência média de cada episódio nas últimas semanas tem chegado a 900 mil visualizações.


No mesmo dia em que a distribuição do programa foi reduzida na plataforma, o YouTube classificou Os Pingos nos Is na categoria de “monetização limitada”, alegando que a restrição se deve à inadequação do conteúdo para os anunciantes da plataforma. A “monetização limitada” impacta os ganhos do canal com publicidade, já que permite que o anunciante escolha não veicular seu material em determinados vídeos. Muitos anunciantes automaticamente desabilitam publicidade em canais de “monetização limitada”, como forma de prevenir a divulgação de sua marca em conteúdos que possam conter violência ou abusos.


A medida tomada pelo YouTube ocorreu no mesmo dia em que a coligação encabeçada pelo PT acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo isonomia no tratamento dado pela plataforma a conteúdos sobre os candidatos à Presidência da República. Na Jovem Pan, a restrição foi vista internamente como uma retaliação ao canal depois que um relatório produzido pelo NetLab, centro de pesquisa em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e publicado pela Folha de S.Paulo, revelou que o YouTube priorizava a distribuição de vídeos da Jovem Pan aos seus usuários. Parte deles era favorável ao presidente Jair Bolsonaro e crítico ao ex-presidente Lula, rivais na disputa presidencial.


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