Desinformante - 12 de abril de 2023
A publicidade mudou completamente com as redes sociais e é um ponto central desse modelo de negócio. A partir da coleta massiva de dados (nossos), as plataformas digitais segmentam os seus usuários e vendem essas informações para anunciantes, fazendo girar a sua máquina lucrativa. É um volume gigantesco de conteúdo patrocinado que circula nas redes e sabemos muito pouco como funciona esta engrenagem, que tipo de dados são utilizados, como é feita a distribuição dos anúncios, entre outros critérios de transparência para os quais as novas legislações para regulação da internet estão buscando respostas.
A Lei de Serviços Digitais (Digital Services Act – DSA), da União Europeia, pondera que a “publicidade online pode contribuir para riscos significativos”. De acordo com o documento, os riscos “vão de anúncios publicitários que constituem, eles próprios, um conteúdo ilegal, à contribuição para incentivos financeiros à publicação ou amplificação de conteúdos e atividades ilegais ou de alguma forma lesivos, além da exibição discriminatória de anúncios publicitários com impacto na igualdade de tratamento e de oportunidades dos cidadãos”.
As inserções publicitárias podem aparecer de formas diversas dentro das plataformas digitais. O diretor jurídico do grupo Sleeping Giants Brasil, Humberto Ribeiro, explica que é preciso entender ‘publicidade’ na era digital como um termo guarda-chuva para alguns modelos de anúncios, como publicidade programática e impulsionamento, por exemplo.
A professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marie Santini, acrescenta a ideia de publiposts e até as recomendações sob o guarda-chuva da publicidade. “Uma vez que as plataformas online endossam ativamente determinados conteúdos e criadores, guiadas por seus acordos comerciais e interesses comerciais, as recomendações também têm efeitos publicitários”, explica a professora.
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