Jornal O Globo - 27 de abril de 2023
Plataformas de redes sociais têm permitido o impulsionamento de postagens com informações falsas sobre o chamado PL das Fake News, que institui medidas justamente para o combate à desinformação. Um relatório produzido pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra que, por meio de anúncios pagos por usuários, essas publicações passaram a ser disseminadas desde a véspera da votação da urgência do projeto na Câmara dos Deputados.
O levantamento do NetLab mostra que ao menos duas contas no Instagram pagaram para promover um anúncio sobre a possibilidade de o PL 2.630 (PL das Fake News), caso aprovado, restringir a liberdade religiosa no Brasil e até mesmo banir alguns versículos da Bíblia, o que não é verdade. O texto mais atual do projeto, relatado por Orlando Silva (PCdoB-SP) na Câmara dos Deputados, afirma, logo em seu primeiro artigo, que as vedações e condicionantes previstas na lei não irão restringir o "livre desenvolvimento da personalidade individual, à livre expressão e à manifestação artística, intelectual, de conteúdo satírico, religioso, político, ficcional, literário ou qualquer outra forma de manifestação cultural".