top of page

Bancada ruralista ignora ciência para defender ultraprocessados no Congresso

  • Foto do escritor: Rafaela  Campos da Silva
    Rafaela Campos da Silva
  • 18 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Repórter Brasil - 18 de março de 2024



Os chamados alimentos “ultraprocessados” representam uma ameaça à saúde, como mostram os estudos científicos mais recentes.  No entanto, a bancada ruralista no Congresso Nacional vem abraçando a tese de que esses produtos não são tão ruins assim. Com assessoria técnica de um instituto financiado pela indústria de alimentos e por associações do agronegócio, eles defendem que os ultraprocessados podem até ser saudáveis e não devem ser restringidos por políticas públicas. 


A Repórter Brasil identificou ao menos seis projetos de lei (PLs) em que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), braço institucional da bancada ruralista, tentou interferir para beneficiar os fabricantes de ultraprocessados nos últimos cinco anos. 


A FPA reúne 374 deputados e senadores, três quintos do Congresso. O discurso a favor dos ultraprocessados contraria uma série de evidências científicas que associam o consumo de produtos do tipo a 32 problemas de saúde, como câncer, diabetes e obesidade, e a 57 mil mortes precoces ao ano só no Brasil. A classificação de alimentos de acordo com seu grau de processamento é adotada pelo Ministério da Saúde desde 2014.


A defesa da indústria alimentícia contrasta com o discurso da FPA de reforçar a produção de alimentos saudáveis e de qualidade, no lugar de alimentos prontos e com excesso de ingredientes que fazem mal à saúde. Em janeiro de 2023, por exemplo, um estudo do NetLab, o laboratório de pesquisa em internet e redes sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),  concluiu que a FPA publicava anúncios no Facebook e Instagram – pagos pelo Instituto Pensar Agro – que espalhavam desinformação sobre agrotóxicos, regulação ambiental e movimentos sociais.


“Isso de pensarmos no pequeno produtor quando pensamos em agro é resultado de uma ótima campanha de comunicação”, diz a pesquisadora Débora Salles, coordenadora do NetLab, que realizou o estudo. “Eles tentam reforçar que o agricultor familiar é protagonista, mas existe um movimento simultâneo de esconder os verdadeiros interesses que estão por trás, que são os das grandes corporações”, avalia Salles.


Acesse o relatório



Institucional
Contato
logo_atualizada_branca.png
assinatura.png
ufrj-horizontal-negativa-completa-telas.png

© NetLab UFRJ 2023.  Este trabalho pode ser copiado gratuitamente para fins de ensino e pesquisa não comerciais. Caso queira realizar quaisquer outros usos que infrinjam o direito autoral, contacte nossa coordenação por e-mail.

bottom of page